terça-feira, 24 de novembro de 2009

O que é a inovação tecnológica?

Uma das dificuldades encontradas pelos pesquisadores do IBGE que produzem a Pintec é ajudar o próprio empresário, principalmente entre as micro e pequenas empresas, a entender o que é exatamente inovação tecnológica. Para isso, o questionário foi moldado afim de que os entrevistados respondam e assim cheguem, junto com os entrevistadores, a entender melhor a definição.
A grosso modo, inovação tecnológica é toda a novidade implantada pela empresa, por meio de pesquisas ou investimentos, que aumenta a eficiência do processo produtivo ou que implica em um novo ou aprimorado produto. Assim, muita coisa pode ser definida como inovação tecnológica. Essas inovações estão divididas basicamente entre produtos e processos.
Vamos ver alguns exemplos do que seria uma inovação tecnológica, segundo os critérios do Pintec:
Introdução de novo produto ou variação de produto já existente. Por exemplo, numa indústria alimentícia, o lançamento de uma versão light ou diet de um produto;
A implantação de código de barras em empresas que não usavam;
Introdução de um determinado insumo que otimiza ou barateia determinada produção, no todo ou em parte;
Adequação de produtos às exigências das leis e outras portarias reguladoras;
Criação de um linha voltada para um segmento de mercado não explorado anteriormente. Por exemplo, uma indústria têxtil de artigos infantis que lança uma linha de roupas para adolescentes;
Melhorias na logística de armazenamento, transporte e distribuição dos produtos;
Aplicação de novos softwares que demande mudanças também no hardware ou otimiza a produção e/ou o produto.
Com os exemplos, é possível perceber que a inovação tecnológica deve estar ligada à implementação de produto e/ou processo novo (ou substancialmente aprimorado) para a empresa, não sendo, necessariamente, novo para o mercado ou para o setor de atuação da empresa...






Definido o que é inovação tecnológica, veja quem participa da pesquisa.


Quem participa
São alvo dos pesquisadores da Pintec basicamente empresas industriais, de telecomunicações, de informática e instituições de pesquisa e desenvolvimento, com registro no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica - CNPJ, e com 10 ou mais pessoas ocupadas.
Para escolher os entrevistados, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) relaciona, primeiramente, as empresas, com as características acima descritas, no seu Cadastro Central de Empresas. Por serem poucas, todas as instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D) são selecionadas. Para as outras atividades, a escolha das empresas é feita por amostragem. Aquelas que integram algum dos diferentes cadastros gerais ligados a inovação tecnológica - as empresas que estão nos cadastros do Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), responsável pelo registro de patentes; que foram beneficiadas com incentivos fiscais das Leis de P&D ou da Lei de Informática, do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), que receberam financiamento da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) etc, - recebem marcas que as identificam como potenciais inovadoras. Depois as empresas são agrupadas em três estratos:
• estrato certo - composto pelas grandes empresas e por aquelas com, pelo menos, uma marca principal ou, no caso da indústria, oito ou mais marcas secundárias; • estrato amostrado elegível - constituído pelas empresas restantes com alguma marca; • estrato não elegível - composto pelas empresas sem qualquer marca.
Os entrevistados de cada versão da pesquisa representam entre 12% a 15% do universo de empresas relacionadas, primeiramente, no Cadastro Central de Empresas..
Nas duas primeiras versões da pesquisa (2000 e 2003), foram ouvidas mais de 10 mil empresas, todas elas do setor industrial. Desde grandes empresas com mais de 500 funcionários até micro e pequenas empresas com 10 ou mais empregados.
Na versão de 2005, divulgado em 2007, o número de participantes aumentou para 13 mil. Isto porque, além das indústrias já contempladas, as empresas de telecomunicação e informática e institutos de pesquisa também começaram a integrar a pesquisa. No caso do setor de telecomunicação e informática, grandes empresas são consideradas as com mais de 100 funcionários.
Amostragem
Como praticamente toda pesquisa, a escolha dos entrevistados é feita por amostragem. A amostragem traz pesos diferentes para cada perfil de entrevistado. Na Pintec, as empresas alocadas no que os estatísticos chamam de estrato certo têm peso 1, ou seja, elas representam elas mesmas na amostra. . O mesmo método é usado para as instituições de P&D. Os chamados estratos aleatórios elegível e não elegível são usados para os outros entrevistados. O peso de cada entrevistado, nestes estratos finais, corresponde ao número de empresas similares, presentes no recorte por atividade econômica e por localização geográfica, que ele está representando.

Plasmônica: em busca da computação à velocidade da luz


O que é plasmônica?
Um grupo de pesquisadores europeus demonstrou alguns dos primeiros dispositivos plasmônicos que podem se tornar viáveis comercialmente, marcando o início de uma nova era na computação e nas comunicações de alta velocidade, quando os sinais eletrônicos e ópticos poderão ser manipulados simultaneamente.
Circuitos eletrônicos utilizam sinais transmitidos por elétrons, enquanto os circuitos ópticos transmitem os sinais por meio de fótons. Já os dispositivos plasmônicos utilizam a oscilação conjunta dos elétrons para transmitir sinais eletrônicos e ópticos ao longo dos mesmos condutores metálicos, por meio de ondas de quase-partículas chamadas polaritons.
Plásmons são pacotes de energia que flutuam sobre a superfície de um metal e que dão nome a esse campo emergente de pesquisas. Quando os plásmons de superfície passam por uma interface entre um material condutor e outro não-condutor, formam-se as quase-partículas chamadas polaritons.
Desta forma, a plasmônica - um campo emergente da tecnologia em nanoescala frequentemente chamada de "luz por meio de fios" - junta as vantagens das fibras ópticas, incluindo a alta velocidade na transferência de informações, com os benefícios dos componentes eletrônicos, particularmente suas minúsculas dimensões.
Processadores ópticos
É com base na plasmônica que os cientistas esperam construir, num futuro agora mais próximo, processadores de computador totalmente ópticos, capazes de operar em altíssimas velocidades, além de linhas de transmissão de dados de banda ultra larga e uma multiplicidade de novos sensores, capazes de levar a automação a um novo patamar.
"Nesses últimos cinco anos tornou-se possível construir um processador de computador totalmente óptico, mas com todos os componentes inteiramente ópticos ele teria que ocupar uma área de 0,5 metro por 0,5 metro e consumiria muita energia. Com a plasmônica, nós poderemos construir os circuitos com a miniaturização suficiente para que esse processador caiba em um PC comum e mantenha a velocidade óptica," explica o Dr. Anatoly Zayats, da Queen's University, em Belfaste, na Irlanda do Norte.
Os dispositivos plasmônicos, contudo, vinham sendo limitados pelas curtas distâncias ao longo das quais os plásmons de superfície conseguem transmitir dados.
Guias de onda de polaritons
Agora a equipe do Dr. Zayats resolveu este problema.
A transmissão de dados por meio da plasmônica funciona com base nas oscilações na densidade dos elétrons na fronteira entre dois materiais: um plasma dielétrico (não-condutor), ou um polímero, e uma superfície metálica.
Excitando os elétrons com luz é possível propagar ondas de plásmons de alta frequência ao longo da superfície de um fio metálico ou de um guia de ondas, transmitindo desta forma os dados. Entretanto, em muitos casos o sinal dissipa depois de percorrer alguns poucos micrômetros ao longo do fio - uma distância muito curta para permitir, por exemplo, a conexão de dois chips no interior de um computador.
O Dr. Zayats e seus colegas adotaram em enfoque alternativo, desenvolvendo o que eles chamaram de guias de onda de polaritons carregados por dielétrico. Modelando uma camada de polímeros dielétricos (polimetilmetacrilato) sobre um filme de ouro depositado em um substrato de vidro, eles construíram guias de onda de apenas 500 nanômetros de comprimento, aumentando a propagação do sinal.
Usando seus nano-guias de onda, os pesquisadores puderam fabricar todos os elementos necessários para construir os multiplexadores add-drop (ADM: add-drop multiplexers), uma parte crucial das redes ópticas que combinam e separam vários feixes de dados em um único sinal e vice-versa.
Enquanto um ressonador em anel óptico - um dos elementos do ADM - disponível atualmente tem um raio de 300 micrômetros, o ressonador plasmônico mede apenas cinco micrômetros.
Comunicação inter-chips à velocidade da luz
Os dispositivos plasmônicos foram criados utilizando a tecnologia de fotolitografia disponível comercialmente, garantindo que eles possam ser fabricados em escala industrial.
"Outros grupos de pesquisadores já alcançaram níveis de propagação iguais ou até melhores em dispositivos ainda menores, mas os processos que eles usaram são extremamente complexos e dificilmente poderiam ser replicados em escala industrial," diz Zayats. "Nossa tecnologia pode não ser a menor, mas é a mais próxima do mercado."
De fato, o fabricante de semicondutores francês Silios interessou-se pelo projeto e já está desenvolvendo um plano de comercialização da tecnologia, que envolverá tanto a fabricação direta dos componentes plasmônicos quanto o seu licenciamento para outros grandes players do mercado.
"Eu acredito que nós começaremos a ver esta tecnologia no mercado nos próximos cinco ou dez anos," prevê Zayats. "Um avanço chave será o uso da plasmônica para efetuar a comunicação inter-chips, tornando possível transmitir dados entre um ou mais chips na velocidade da luz, eliminando o velho gargalo dos barramentos e permitindo a fabricação de computadores muito mais rápidos."


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=plasmonica-computacao-velocidade-luz&id=010110091123